quarta-feira, 25 de março de 2020

Cordel de Dona Maria (Autora: Palhaça Catita)

Me inspirou Dona Maria
E sem lápis ou papel
Vou cantar sua beleza
Já que sou bom menestrel
Contarei a sabedoria
Na sextilha do Cordel

Com seus belos guarda-chuvas
Seu sorriso tão marcante
Ela conta mil estórias
Não há quem não se encante
Cavaleiros, reis ou nobres
Sua vida é bem tocante

Da rua ela fez morada
Seu sorriso sua marca
Sua pose e sua nobreza
Bem parece diplomata
Diplomacia do amor
Ela é bem uma monarca

Monarquia do saber
Realeza no sorriso
Não lhe nega o passarinho
Liberdade do improviso
Apure bem seus ouvidos
Fique bem de sobreaviso

Ouvirás uma lição
Um saber sem precedentes
Me desculpe a pobreza
Mas quero ser contundente
Ouça ela e o passarinho
Guardarás na sua mente

Esse é meu último verso
A sextilha derradeira
Eu tentei falar um pouco
Da bela trabalhadeira
Peço apenas suas palmas
A uma velha tão faceira

domingo, 22 de março de 2020

Um guarda-chuva, um palco, um tesouro

Eu tenho tesouros na minha vida. Desses que dinheiro nenhum no mundo paga. Desses que não há o que lhe pague a existência. Aos deuses do palco meus eternos respeitos:

O diabo, Dona Maria com seu guarda-chuva, Dona Maria, Coturno e Donizete

Aprendi que o maior bem que você pode fazer pelo outro não é dividir suas riquezas, mas revelar a ele as dele. E ninguém sabe fazer isso melhor do que a gigante dos palcos, aquela que cala nossa alma e faz sorrir nosso coração. Ivete, a diva suprema.

Ivetinha é aquela pessoa que te lembra que você quer guardar num potinho e protegê-la pra sempre. Até descobrir que nos menores frascos estão as mais puras essências. E ela é a pura essência da riqueza. Ivete me ensinou a sorrir quando eu não quero, a mostrar o melhor de mim. De cada tesouro ganhei um presente:

Do diabo ganhei a coragem de subir no palco pela primeira vez
Donizete me presenteou com sorriso mais puro
Da Dona Maria ganhei a força de ser caminho pra esperança
Da Coturno ganhei um arsenal de armas da paz e da vida
Da Dona Maria ganhei o mais caro presente: em um guarda-chuva eu tive a certeza de que esse é o meu mundo.

Sou a quarta geração de uma família de artistas, mas se não fosse Dona Maria, seus guarda-chuvas e sua história sobre honra eu jamais assumiria quem sou: a escolha de ser a próxima artista da família. a liberdade de ser quem sou, como o passarinho dela. A sabedoria dela me mostrou que eu preciso sonhar. E dá pra fazer isso de olho abertos. Ela me apresentou o maior presente que o palco podia me dar. Tommy, a moleque do bando.

Quer um presente? Aceite o guarda-chuva dela. Garanto que não se arrepende.

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Uma dinâmica de forças

Pegue a beleza da Gal Gadot, a proatividade da Dercy Gonçalves, a potência vocal da Elis Regina e a paciência de um monge budista. Pronto, tá aí a receita de uma das mulheres mais poderosas que eu conheço. Tenho imenso prazer de apresentar a Fabi. A FABI.
A coisa que eu mais amo no jornalismo é poder fazer do ordinário algo único, extraordinário e poderoso. Não que ela já não seja isso, mas é egoísmo meu não mostrar isso pro mundo. Fabi é aquela pessoa que ganha o mundo e ainda tem tempo de estar plena no palco cantando e amolando a faca no seu pescoço se precisar. Ainda bem que ela é do meu bando. Imagina se ela resolve amolar a peixeira no meu pescoço, olha a merda...
Ela é linda como a Gal Gadot, é ativa e forte como a Dercy, canta como a Elis e haja paciência pra lidar com uma horda de adolescentes. Eu queria ter pelo menos metade dessa paciência que ela tem, mas eu tenho meu jeito de fazer as coisas: colocando a extraordinária Fabiana no lugar em que ela merece estar: no panteão dos poderosos da arte. Desculpa, sociedade, mas essa poderosa é do meu bando. Quem não ouviu Fabiana Bento que corra atrás, porque ainda não conhece a força dessa mulher  poderosa.

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Toda Bela é uma Fera.

Ela tinha a maior pinta de quem ia virar minha cabeça e meu bom senso e fazer uma imensa bagunça no meu mundo. E eu deixei. Perfeição demais me irrita. Quente ou frio, porque morno eu te vomito. E acreditem: ela é BEM quente. E não é com qualquer conotação sexual que eu falo isso. Na ardência da pimenta está o tempero da vida.
Quando eu a conheci subestimei tudo nela. Não tocaram sinos na minha cabeça, meu coração não bateu mais forte, minha mente não foi a mil por hora. Na verdade foi tudo muito banal. Duas tímidas sendo apresentadas e ponto. Quer trivialidade maior do que essa? Ah, mas quem foi que disse que a vida é trivial? Pelo menos eu não sou.
Eu sempre acreditei que o Tempo é o Senhor da Serenidade. É ele quem te traz a paz para você encontrar a razão que tanto busca. E o Tempo fez o seu trabalho. Uma construção diária de confiança, lapidada a sorrisos, suor e ouro. MUITO ouro. E alguma prata, porque né? Perfeição demais é irritante. Chega a ser sonolento.
Dizem que as melhores pessoas e os maiores amigos você conhece nos momentos mais difíceis. Discordo com força. As melhores pessoas são as que estão nos meus melhores momentos de coração aberto, sorrisos lindos e coração puro. E que sorriso, nobres leitores. Que sorriso. Se a beleza tem uma forma palpável então é esse sorriso. E eu sou apaixonada por inesperados. Está no meu DNA, é parte de quem eu sou. Eu já disse que uma das maiores vantagens de ser jornalista é ver no banal o mais belo.
E ela é tudo, menos banal. E ela é tudo, inclusive Bela. Uma fera, mas uma Bela.

domingo, 15 de setembro de 2019

Motivo de Amor

Qual é o seu motivo de amor? Em que lugar sua alma descansa? Aquele lugar único e solitário, mas que te traz a maior paz e a maior alegria? Eu sei que não é fácil achá-lo. O amor requer trabalho duro, solidão, suor e lágrimas, mas te aquece a alma nos recantos mais profundos do ser.
Eu achei o meu recentemente. Hoje, na verdade. E Deus, como é sagrada a solidão do amor quando ele está no lugar certo, quando ele está sendo dado da forma certa. Amor é entrega, é doação, é força e vida. E esse lugar nunca é fácil de achar. Existe um perto dele que é muito parecido, mas é seu exato oposto: a paixão. Essa sim é perigosa, porque não descansa a alma, cega por um desejo.
Não é meu caso. Eu sou um guaxinim, mas um guaxinim que sabe o que quer. Tô velha pra jogos de coração e pra fingir que não quero ou não sinto alguma coisa. Sinto e sinto demais. Quente ou frio, porque morno te vomito. E eu definitivamente não sou mulher de frio.
Falei, falei e não disse o principal: qual meu motivo de amor. Acreditem, nobres leitores: meu motivo de amor é uma capivara.
Mas não é uma capivara qualquer. Ela é A capivara. É aquela mulher que não é só linda ou inteligente ou dona de um sorriso único. Ela é aquele santo cansaço de dever cumprido, de abraço da saudade, de escolha consciente de amor profundo. Ela é a minha capivara. E esse pequeno guaxinim não é o guaxinim de todos: só das pessoas mais íntimas e ninguém é mais íntimo do guaxinim que A capivara. A ela sempre amarei. Eu na verdade já amava. Só não sabia disso... Precisei sentir falta pra entender.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Furacão Manu, brisa da vida.

Não me canso dessa galera que mete o pé na porta da nossa vida. Acho digno quem chega causando na minha vida. Essa gente me fascina, me lembra o quanto eu mesma sou filha do trovão e da ventania. E parece que o CEV é o olho desse furacão, porque não cansa de me apresentar tempestades, ventanias e belos furacões.
Depois das poderosas Nay e Tati me mostrarem que limites existem pra serem superados eu conheci o Furacão Manu. Sabe aquela pessoa que não te dá tempo de lembrar da sua ansiedade, que te faz esquecer o quão difícil está sua vida e sua mente? Sabe aquela pessoa que te faz rir, mas que te faz calar quando solta o vozeirão? Então...
Divertida, inteligente, mulherão, voz potente e ainda manda medalhões da MPB à merda. Mesmo que mentalmente. É, definitivamente 2018 tem sido um ano de surpresas, limites e por que não desafios? Perde-se um suspiro de admiração, mas uma coisa é fato: eu ainda vou fazer um dueto com essa fera.
Santa Bárbara tem uma representante e tanto por aqui.

Irmãos de alma

Não canso de dizer que esse ano tem sido muito difícil pra mim. O preço da alma é a fé, o preço do barulho é o silêncio e o preço da ansiedade é a luta. Acontece que ainda tá pra existir desafio que eu não aceite e subir num palco pela segunda vez na minha vida foi um desses desafios.
O maior desafio do ano foi realmente me convencer de que sou capaz de fazer alguma coisa. Não por incapacidade, mas pela insegurança. Acontece que tem tem família tem tudo. E pensa numa família grande, cheia de amores, cheia de esperança. Cheia de caminhos.
Caminhos da Esperança, caminhos da paz, do suor, das lágrimas, da luta. Caminhos da força, caminhos da amizade, da fraternidade.
Amigos, irmãos de alma e pessoas que me sustentam e aos quais eu sustento sempre que precisarem. É o que fazem os amigos. É como se percorrem os caminhos. Acho que esse é o preço da amizade. E eu pago com muito orgulho. CEV 2019 é questão de tempo.

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