sexta-feira, 1 de maio de 2015

Todo mundo tem pai...

Como se forma um bom Babá? O que faz alguém para ser considerado bom? "Só Deus é bom" disse Jesus, mas e os íntegros e retos, como chamá-los? Eu chamo de pai. Ser íntegro não é não errar, ser reto não é andar naquela direção e só naquela. Perfeição demais me agita os instintos... 
Vi meu pai ontem ser o mais humano entre todos, vi meu pai despindo-se da condição de chefe para estar na condição de homem, que chora, que se revolta, que faz traquinagens, que erra, mas que acima de tudo é integro e reto porque não foge da sua essência e é HOMEM o bastante pra encarar de frente, dizer que errou sim porque afinal ele é humano.
Por muito tempo eu falei que há certos erros que um Babá não pode cometer, mas afinal quem sou eu pra dizer isso? Quem me instituiu juiz e executor de Babá? Dia-a-dia construo meu segredo lentamente, com aprendizados, pedras e tropeços.
Se eu estou de volta? Não, acho que não, estou apenas cumprindo meu dever, fazendo aquilo que é obrigatório: a caridade é o lema e bandeira do Pai. Devo obediência ao meu pai e à cúpula espiritual da casa, o que eles falarem, tá falado. Não que eu seja uma filha calma, não sou nem quero ser, mas sei domar o furacão que tem em mim quando se faz necessário. Todo mundo tem pai, mas pai bom é o meu. É, acho que tive a quem puxar...
Mas por favor, pai: não me mate do coração, não tenho saúde pra enfartar agora, tá? Te amo, meu melhor axé, meu melhor saravá.