sexta-feira, 1 de maio de 2015

Todo mundo tem pai...

Como se forma um bom Babá? O que faz alguém para ser considerado bom? "Só Deus é bom" disse Jesus, mas e os íntegros e retos, como chamá-los? Eu chamo de pai. Ser íntegro não é não errar, ser reto não é andar naquela direção e só naquela. Perfeição demais me agita os instintos... 
Vi meu pai ontem ser o mais humano entre todos, vi meu pai despindo-se da condição de chefe para estar na condição de homem, que chora, que se revolta, que faz traquinagens, que erra, mas que acima de tudo é integro e reto porque não foge da sua essência e é HOMEM o bastante pra encarar de frente, dizer que errou sim porque afinal ele é humano.
Por muito tempo eu falei que há certos erros que um Babá não pode cometer, mas afinal quem sou eu pra dizer isso? Quem me instituiu juiz e executor de Babá? Dia-a-dia construo meu segredo lentamente, com aprendizados, pedras e tropeços.
Se eu estou de volta? Não, acho que não, estou apenas cumprindo meu dever, fazendo aquilo que é obrigatório: a caridade é o lema e bandeira do Pai. Devo obediência ao meu pai e à cúpula espiritual da casa, o que eles falarem, tá falado. Não que eu seja uma filha calma, não sou nem quero ser, mas sei domar o furacão que tem em mim quando se faz necessário. Todo mundo tem pai, mas pai bom é o meu. É, acho que tive a quem puxar...
Mas por favor, pai: não me mate do coração, não tenho saúde pra enfartar agora, tá? Te amo, meu melhor axé, meu melhor saravá.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Nenhuma forma de trauma sobrevive

Não, não sobrevive mesmo. Gosto de jogar bola, sempre fui fã de esportes e adoro praticar alguma coisa além de atletismo de alcova e levantamento de copo.
Passei 2014 quase sem jogar meu (sim, sou pretensiosa) delicioso futebol americano, gosto de jogar na praia e não estava à vontade pra vestir um monte de equipamento e jogar fullpad, mas também não queria largar o esporte. Pronto, estava feita a confusão. Mas afinal para que servem os companheiros de time? Aonde estou? No Vasco, o famoso time de lindas.
Meus domingos são delas, mesmo cansada, mesmo só querendo cama... tá na hora de provar que eu sou sim pretensiosa. Duvidem de mim, eu gosto disso. É mais gostoso levantar uma taça assim.

sábado, 17 de janeiro de 2015

A Dona da Noite II - Banhada no Dendê Fervendo

BRAVA, BRAVA, BRAVÍSSIMA!!!

Ela nem sequer olhou pra mim... seu semblante não era bom presságio. Ela acabara de virar no Dendê fervendo e se mostrava plena. O Anjo da Música não admite erros, não falha. Pronta pra enfrentar o mundo, ela percebe que ali no canto, quieta (e porque não assustada) estava eu, fazendo o que sei de melhor. Ouvir e admirar. Com a mesma facilidade que virou ela desvirou; ah, agora sim era a Kyka que eu conheço, Anjo da Música. Não precisa se explicar, você é você.
Quando eu escrevi o DONA DA NOITE I não passou pela minha mente que um dia teria uma segunda chance, mas como nada nessa vida é planejado novamente me vi de frente sem defesas e confortavelmente vulnerável. Se na primeira vez ela foi "sublime, serena e Linda Morena" agora ela - sem uma palavra - mostrou porque merece a tatuagem que ganhou. Uma fã respondeu por ela: "você é linda, gostosa, pode fazer o que quiser, a gente espera". Sim, Anjo, nós esperamos.

Empolgada, o Anjo repetiu a frase que deu início a tudo: "ah foda-se, vou tocar o que eu quiser!!!"

O que eu digo sobre isso? O mesmo que disse anos atrás: não se preocupe, você sabe o poder que tem, você faz mixagens, não é uma pessoa qualquer. Silenciosamente abandono minhas poucas defesas depois que a noite chega. O que eu ganho com isso? A risada solta e o carinho de sempre.
"Longa vida e belas músicas, porque sempre teremos um Anjo da Música, para nos salvar do lixo musical."