terça-feira, 21 de novembro de 2017

Tempestades

Gosto dessa gente que chega metendo o pé na porta da nossa vida, mostrando a que veio e se mostrando plena, poderosa e - acima de tudo - amiga. Gente assim me fascina, me encanta e me tira o melhor de mim mesma. Sim, estou falando do CEV de novo, mas e daí? Parte do meu ofício é contar o que o dia-a-dia tem de tão interessante. Esse é um dos bons momentos do jornalismo: enxergar as maravilhas em coisas simples.
A Tatiana e a Nayana são dessas. Chegam poderosas como o furacão, mas têm a fala doce como a brisa. Gosto de gente assim... Sou filha do Trovão e do Vento e me encanto com movimentos intensos, com gente que me tira dos meus mornos.
Elas não admitem menos do que perfeição. É na perfeição que mora o reconhecimento e a certeza do dever cumprido. A tempestade é minha zona de conforto... Como boa filha do Trovão, não tenho medo de barulho, mas de calmaria.
Experimenta dar menos do que o seu máximo pra você ver se a brisa fresca da manhã não vira um furacão poderoso? Agora experimenta pedir socorro em um momento difícil ou de dúvida pra ver se o mesmo furação não ajuda a limpar a bagunça?
O trem da vida tem muitos vagões e como elas são dessas que metem o pé na porta e saem entrando, pularam pra dentro do vagão das minhas eternidades. Quero essa gente na minha vida pra sempre. E mais um pouco, se não for pedir muito.

Um carrossel visceral

Combustível de jornalista é paixão e combustível de artista é desafio. Vivi dias em que a minha paixão e minha arte foram testadas ao limite. E também meus medos. Cicatrizes na alma, marcas da eternidade que me levaram a ser a artista que eu sou hoje, que me moldaram a vida e o caráter.
A minha fé em Deus é inabalável, mas os meus limites não. Quando rompi com a Igreja Católica rompi também com muitos de seus membros. Eu realmente não precisava de ninguém me julgando segundo sua própria fé. Acontece que só sabe pra onde vai aquele que sabe de onde veio, por isso as minhas bases de fé mantiveram-se forte e minhas preferências musicais também.
Eu fiz uma promessa no ano de 1995 e ontem, 22 anos depois consegui cumprí-la: prometi que daria o meu melhor à dona daquela voz que me acompanhou em momentos de dor e solidão e que quando tivesse oportunidade daria minha alma naquilo que me fosse exigido.
Suavidade e firmeza: tá aí duas palavras que cabem perfeitamente na descrição da valente Ziza e do CEV. Essa gente te exige à perfeição, mas te devolve o melhor que existe em você. Se eu pensei em desistir? Várias vezes, mas os meus queridos me mantinha em pé. Tinha prometido dar meu melhor a ela e assim eu o faria. Recebi mais do que as minhas palavras podem expressar. Ganhei amigos, ganhei irmãos: irmãos de fé, irmãos de sangue, no Sangue do Cordeiro. Ontem percebi que mais do que aquela fita, agora eu tenho uma família... A toda família CEV meu melhor axé, meu melhor saravá. Vocês receberão em dobro todo bem que foi desejado.
A você, Ziza, meu mais do que obrigada: minha percussão, minhas mãos e meu serviço.